domingo, 23 de setembro de 2012

Pedagógicos Pref. SP 2012(concurso)

ALARCÃO, Isabel: doutora em Educação pela Universidade de Liverpool (Inglaterra) e professora catedrática na Universidade de Aveiro (Portugal) onde também foi Vice-Reitora e Reitora. É conhecida pela sua conceituação do papel da didática nas disciplinas e da supervisão pedagógica nos cursos de formação de professores.
Tem várias publicações no Brasil, onde tem proferido conferências, mas a que mais tem se constituído em referência bibliográfica dos concursos é “Professores reflexivos em uma escola reflexiva” (Cortez, Editora, 2003).
A questão central do livro, em seus quatro capítulos, é a afirmação da necessidade do pensamento crítico e da reflexão para que os educadores possam enfrentar os vários desafios que se colocam atualmente para a escola, face à sociedade da informação e do conhecimento.
Para a autora, a escola ainda não aprendeu a se repensar; que só elas podem se transformar a si próprias, por dentro, com as pessoas que as constituem: professores, funcionários, alunos.
1) Segundo Isabel Alarcão, uma das expressões chaves para a educação, no contexto educativo internacional nesta virada de século, é refletir para:
a) se integrar
b) criar
c) agir autonomamente
d) se adaptar de maneira crítica
e) superar condicionamentos sociais


2) Para Isabel Alarcão, uma escola reflexiva expressa:
a) uma comunidade de aprendizagem e estabelece uma relação dialética com o conhecimento novo;
b) uma comunidade de aprendizagem e produz conhecimento sobre educação
c) um laboratório social em que os alunos recebem o mesmo treinamento que os professores
d) a necessidade de revisão radical da formação de professores, testando-os no desempenho de habilidades didáticas
e) uma cooperativa de educadores que estabelece uma relação dialética com o conhecimento novo

3) Queremos que os professores sejam pensantes, intelectuais, capazes de gerir a sua ação profissional. Queremos também que a escola se questione a si própria, como motor de seu desenvolvimento institucional (...) Mas a reflexão, para ser eficaz, precisa ser sistemática nas suas interrogações e estruturantes dos saberes dela resultantes
Uma ação metodológica para servir a esse objetivo, proposta por Isabel Alarcão, é a;
a) etnografia crítica
b) pequisa participante
c) pesquisa-ação
d) instrução programada
e) dinâmica de acerto e erro

4) Segundo Alarcão a complexidade dos problemas que hoje se colocam à escola, não encontra soluções previamente trabalhadas e rotineiramente aplicadas. Exige, ao contrário, uma capacidade de leitura antecipada dos acontecimentos e sua interpretação como meio de encontrar a solução estratégica mais adequada para elas.
Dada a sua complexidade, esse processo exige (assinale a alternativa incorreta) :
a) cooperação, olhares multidimensionais e uma atitude de investigação na ação e pela ação
b) professores conscientes de que sua formação nunca está terminada e de que a escola pode ser ela própria aprendente e qualificante para os que nela trabalham
c) investimentos dos governos na qualificação e formação continuada dos professores
d) remuneração adequada aos professores evitando o acúmulo de cargos, variável a ser considerada na análise do desempenho da escola
e) das organizações escolares, produtoras de práticas sociais, de valores, crenças e conhecimento, novas soluções para os problemas vivenciados


5) Alarcão, citando Habermas, diz que só o EU que se conhece a si próprio e questiona a si mesmo é capaz de aprender, de recusar tornar-se coisa e de obter autonomia. Transpondo essa afirmação para a escola, diríamos que:
I – só a escola que se interroga a si própria, se transformará em uma instituição autônoma e responsável
II – a escola precisa pensar-se no presente para se projetar no futuro, assumindo-se como instituição educativa que sabe o que quer e para onde vai
III – diante da incerteza e da instabilidade em que vivem hoje as organizações (e a escola é uma organização) a escola deverá pautar suas mudanças norteada pelos programas oficiais
IV – se quisermos mudar a escola, devemos assumi-la como organismo vivo, dinâmico, construindo conhecimento sobre si própria nesse processo
V – transformar a escola não depende só da ação-reflexão-ação exercida por docentes e equipes pois essas atitudes são extemporâneas, casuais e de curta permanência não surtindo efeito imediato

 São corretas:
a) I, II e IV
b) IV, somente
c) III, IV e V
d) I e V
e) II e III

Gabarito: 1-c 2-b 3-c 4-d 5-a

 HARGREAVES, Andy: diretor do Internacional Center for Educational Change, do Ontário Institute for Studies in Education da University of Toronto, no Canadá. Tem publicado pela Artmed em língua portuguesa: “ Escola como organização aprendente” (2000), “Aprendendo a mudar: o ensino para além dos conteúdos e da aprendizagem” (2002) e “O ensino na sociedade do conhecimento” (2004).
Esta última obra é a que tem sido mais solicitada atualmente. Baseia-se em pesquisas que o autor realizou em oito escolas do Canadá e Estados Unidos para fundamentar projetos de reforma e aprimoramento do ensino médio,
O propósito do livro é apontar a natureza e a importância da sociedade do conhecimento e seu impacto no trabalho do professor e na educação pública.
Chama a atenção para a responsabilidade que os professores têm de preparar seus alunos para o sucesso na economia do conhecimento, já que nossa prosperidade futura depende de nossa criatividade, solução de problemas, capacidade de desenvolver redes e de lidar com a mudança.
Considera que o mundo fragmentado e frenético que essa economia gerou fragiliza as comunidades, espalha a insegurança e prejudica a vida pública.
Acredita que a educação precisa lidar com as conseqüências humanas da economia do conhecimento, ensinando para ela e para além dela, acrescentando valores que construam sentimentos de comunidade, desenvolvam capital social aliado a uma identidade cosmopolita, Isso significa transformar o ensino em uma profissão moral e visionária, na qual os professores conhecem e se preocupam com o seu mundo, seu trabalho, reconquistando seu “status” e sua dignidade perante a sociedade e não sejam meros técnicos, aplicadores de projetos alheios.
Reclama o papel da escola pública como promotora de justiça social, já que as injustiças da exclusão não são enfrentadas com ousadia e coragem.
Prega a transformação do ensino em uma missão social e em uma profissão criativa e apaixonada.

Testes:
1) Hargreaves buscando soluções que possam promover melhorias significativas nas escolas, afirma que uma "mudança educacional que não envolva os professores e que não tenha seu apoio costuma terminar como uma mudança para pior ou para nada". Há necessidade não só de um envolvimento dos professores, mas um tipo de envolvimento importante, que requer:
a) colaboração confortável entre os professores, envolvendo oferecimento de conselhos, troca de atividades e partilha de materiais.
b) mudança pessoal antes da mudança social, fundada na capacidade de estar só e na maturidade emocional do professor.
c) maneiras de trabalho cooperativo que mobilizem o poder do grupo, e, ao mesmo tempo, fortaleçam o desenvolvimento individual do professor.
d) elevadas expectativas, que os professores fixam para si próprios em um trabalho com limites poucos definidos.
e) atuação de professores totais, capazes de promoverem mudanças em qualquer contexto escolar.

 2) Segundo Hargreaves ensinar para a sociedade do conhecimento significa:
I – desenvolver a aprendizagem cognitiva profunda
II – disposição de correr riscos
III – utilizar a pesquisa como meio de incentivar a criatividade e inventividade
IV – enfatizar recursos mnemônicos como forma de fixar o aprendido
V – capacidade de lidar com a mudança.
Está correto o agrupado em:
a) I, III, V
b) I, II, III, V
c) II, IV, V
d) III, V
e) I, IV

 3) Na perspectiva de lutar por mudanças positivas que beneficiarão estudantes, professores e gestores, Hargreaves indica que as forças promotoras desta mudança incluem:
I – respeito ao gerenciamento de unidades regionais de administração da profissão docente e da aprendizagem;
II – um foco nos novos resultados definidos menos em termos de conteúdo tradicional e mais em termos de ensino para a compreensão e para o desempenho em um mundo em transformação;
III – expansão em massa de tecnologia de informação, acompanhada de um maior acesso global a idéias e a pessoas;
IV – políticas multiculturais e políticas de gênero, as quais acarretam novos estilos de liderança e maior visibilidade para as questões de eqüidade;
V – mudanças vagarosas, dependentes das resistências que colocam como improváveis as escolhas profissionais.
Está correto o afirmado APENAS em:
a) I, II, III e IV
b) III e IV
c) I e V
d) II, III e IV
e) I e II

4) O sociólogo Daniel Bell, cunhou a expressão “sociedade do conhecimento” para uma nova era, marcada por uma economia pós-industrial:
I – cuja força de trabalho não é a produção de coisas, mas a oferta de serviços, idéias, comunicação;
II – onde os principais grupos dessa sociedade serão os “trabalhadores do conhecimento”, nos campos da ciência, da tecnologia e da pesquisa;
III – focada na produtividade e competição.
a) os itens I e II correspondem ao enunciado e se complementam
b) somente o item II corresponde ao enunciado
c) os itens I e II correspondem ao enunciado e não se complementam
d) o item III completa o enunciado
e) somente o item I corresponde ao enunciado

5) Por professores totais, Hargreaves entende:
a) o professor com propósitos, que não seja visto desvinculado de sua pessoa e capaz de atuar em contextos do ensino;
b) o professor sem propósitos, que seja desvinculado de sua pessoa e incapaz de atuar em contextos do ensino;
c) profissional limitado aos conteúdos da aprendizagem e desvinculado dos contextos do ensino;
d) profissional limitado frente ao cenário nacional e vinculado estritamente à aprendizagem formal;
e) ator com consciência total dos limites do ensino de qualidade e desvinculado de projetos pessoais

Gabarito: 1-c 2-b 3-d 4-a 5-a


 ZABALA, Antoni: licenciado em filosofia e ciências da educação é diretor da revista “Aula de Innovación Educativa” e membro do conselho editorial da revista Guix. Em sua longa trajetória profissional, participou, individual ou coletivamente da pesquisa e do assessoramento em escolas sobre as diferentes fases e âmbitos do desenvolvimento curricular e da formação dos professores, sendo autor de vários artigos e livros relacionados ao planejamento.
Dois livros desse autor têm sido indicados nos concursos mais recentes:
• A prática educativa – como ensinar
• Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para o currículo escolar.
Na primeira obra o autor propõe critérios que possam contribuir na articulação de uma prática educativa coerente e reflexiva, Embora apresente elementos que possibilitam a análise das condições dessa prática, não é um livro sobre técnicas de ensino. Todavia, o autor enfatiza a resolução de problemas como forma de interrogar nossa prática e, ao mesmo tempo, proporcionar os parâmetros para as decisões que devem ser tomadas. Nos primeiros capítulos aborda a utilidade dos referenciais que podem contribuir para a análise da prática educativa (cap. 1 a 3). Do capítulo 4 ao cap. 8 discorre sobre as variáveis tradicionalmente utilizadas para interpretar essa prática: as relações interativas, a organização social da aula, o tempo e o espaço, a organização dos conteúdos, os materiais curriculares, os recursos didáticos e a avaliação.
A segunda obra, segundo o autor, é o resultado da sua necessidade de sistematizar uma reflexão teórica sobre o enfoque globalizador, ao longo dos 20 anos de sua própria prática educativa. Foi um processo que partiu desde uma aproximação intuitiva até a firme convicção de que o ensino deve ter um enfoque globalizador (formação geral e básica que possibilite ao aluno ingressar no ensino superior).
O autor estabelece dois objetivos fundamentais para o livro: o primeiro é proporcionar critérios de caráter socioeducativo e psicopedagógico para abordar a organização dos conteúdos e a maneira de ensinar a partir de uma perspectiva crítica e fundamentada. O segundo é promover a reflexão sobre a globalização e evitar a simplificação e confusão que têm surgido a respeito desse termo.
 

Testes:
1) Zabala define a seqüência didática como:
a) um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim, conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos
b) atividades que vão sendo dadas após a exposição de cada conteúdo pelo professor
c) seqüência dos conteúdos conceituais que precisam ser ensinados
d) seqüência dos conteúdos procedimentais que precisam ser ensinados
e) atividades que não necessariamente tenham relação entre si, obedecendo a ordem dos conteúdos e obedecendo a objetivos que não precisam necessariamente ser conhecidos pelos alunos


2) Com relação ao conceito de conteúdo apresentado por Zabala é incorreto afirmar que:
a) ao considerar os conteúdos de natureza factual, conceitual, procedimental e atitudinal, se dá visibilidade a um currículo oculto que, apesar de serem aprendizagens realizadas na escola, não apareceriam de forma explícita nos planos de ensino
b) o mesmo está restrito aos conteúdos conceituais, os quais dizem respeito às capacidades motoras e afetivas dos estudantes e sua apreensão se constitui como o principal objetivo do ensino
c) numa perspectiva mais ampla, o conceito de conteúdo amplia-se, deixando de se restringir aos conteúdos conceituais, que abrangem apenas as capacidades cognitivas, passando a englobar as capacidades motoras, afetivas, de relação interpessoal e de inserção social
d) é preciso planejar de forma que esses conteúdos apareçam de maneira equilibrada, ficando claro para o professor aquilo com que se está trabalhando
e) os conteúdos assumem o papel de instrumentos de explicitação das intenções educativas do professor e da escola.


3) Zabala define conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, respectivamente, como:
a) lista dos temas que precisam ser trabalhados; maneira como o professor vai agir na sala; atitudes que o professor deve ter quando estiver atuando
b) conjunto de fatos, objetos ou símbolos que têm características comuns; roteiro de como o professor vai agir na sala de aula; atitudes que os alunos precisam assumir durante a aula para facilitar a aprendizagem
c) dados e informações que vão ser trabalhados; conjunto de ações ordenadas dirigidas para a realização de um objetivo; atitudes que os alunos precisam ter fora e dentro da escola
d) conjunto de fatos, objetos ou símbolos que têm características comuns; conjunto de ações ordenadas dirigidas para a realização de um objetivo; série de conteúdos que podem ser agrupados em valores, atitudes e normas
e) conjunto de fatos, objetos ou símbolos que têm características comuns; roteiro de como o professor vai agir na sala de aula; série de conteúdos que podem ser agrupados em valores, atitudes e normas.


4) O método de projetos, os centros de interesse, a investigação do meio e os projetos de trabalho, segundo Zabala, são:
a) métodos globalizados que tentam romper a estrutura parcializada do ensino em disciplinas, propondo uma organização dos conteúdos de caráter “global”
b) maneiras de trabalhar com os conteúdos que acabam dificultando a aprendizagem do aluno
c) formas de organizar os conteúdos que privilegiam o acúmulo de informações, dados e conceitos
d) atividades que o aluno pode executar e aprender sem muita intervenção do professor
e) formas que privilegiam o trabalho de maneira aleatória, ficando a cargo do aluno executar as tarefas propostas para poder aprender.
 
5) Zabala afirma que, para elaborar seqüências didáticas na perspectiva do chamado enfoque globalizador é preciso considerar os seguintes princípios:
a) situação de realidade, apresentação de questões, utilização de instrumentos e recursos disciplinares, formalização segundo os critérios da disciplina e aplicação em outras situações para facilitar a generalização e o domínio de conceitos e das habilidades aprendidos
b) situação ficcional, apresentação de questões, utilização de instrumentos e recursos disciplinares, formalização segundo os critérios da disciplina e aplicação em outras situações para facilitar a generalização e o domínio de conceitos e das habilidades aprendidos
c) exposição seqüencial dos temas, repetição das explicações quantas vezes forem necessárias, verificação do domínio de fatos e conceitos através de instrumentos objetivos
d) apresentação de questões, exposição seqüencial dos temas respondendo essas questões, revisão das respostas e verificação da aprendizagem através de testes e exercícios
e) situação de realidade, apresentação de conteúdos que expliquem a realidade apresentada, uso de livros e filmes para ilustrar e fornecer informações, avaliação do que foi aprendido com provas e trabalhos

Gabarito: 1-a 2-b 3-d 4-a 5-a




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